sexta-feira, 1 de abril de 2011

Morre Um Teólogo:Padre José Coblin


28/03/2011 às 13:42
MORRE UM TEÓLOGO: PADRE JOSÉ COBLIN


Nascido em Bruxelas, na Bélgica, em 1923, Comblin foi ordenado padre em 1947. Fez doutorado em teologia pela Universidade Católica de Louvaina e chegou ao Brasil em 1958. Em Recife, a convite de dom Helder Câmara, foi professor no Instituto de Teologia do Recife.

Lamentamos profundamente a morte de Padre Coblin. Ele amou a Igreja e essas terras brasileiras. A sua obra teológica é muita vasta. Sempre fez críticas fortes ao caminhar da Igreja, não como alguém de fora ou que não tivesse amor, selo e compromisso com a Igreja. Com certeza não dá para dizer isso de Coblin.

Por ocasião da sua morte, chama a nossa atenção o depoimento de padre Oscar Beozzo: “Perdemos um mestre e um guia inquieto e exigente como os velhos profetas, denunciando sempre nossas incoerências na fidelidade aos preferidos de Deus: o pobre, o órfão, a viúva, o estrangeiro. Trabalhou por uma Igreja profética a serviço destes últimos nas nossas sociedades”.

Assim, para além de dissensões e conflitos teológicos, nós queremos render graças a Deus pela vida de Padre José Coblin; queremos louvar a Deus pelo profícuo ministério sacertodal e teológico deste belga. Como é bonito perceber o coração generoso e a alma grande de tantos missionários que deram e dão a sua vida “pelos outros”, nestas terras que também Deus fez a sua morada, neste imenso continente chamado Brasil com tantas cores, ritmos e gingados.

Impressiona o modo como morreu o padre José Coblin. Ele acordou cedo, como sempre. Um sinal de prontidão ao projeto de construção do Reino. Ele de fato foi um “operário do Reino de Deus”. Aprontou-se e foi encontrado sentado e morto. Chegou a sua hora! “Venha bendito de meu pai”.

Padre Coblin era homem exigente, intelectual, um “buscador”. Isto nos anima na procura de ulteriores conhecimentos bíblicos e do nosso patrimônio teológico. Além disso, Coblin revelava uma leitura muita perspicaz de mundo. Um estudante de teologia, seja seminarista, padre, religiosa ou leiga, necessita lançar um olhar de fé para a nossa realidade, ao passo que também deve se deixar interpelar por este mundo, que não é só “vale de lágrimas” e que traduz os desígnios de Deus. Por tudo isso: Obrigado, Senhor!


Na expectativa da beatificação de Ir. Dulce, nossa querida santa baiana,


Pe. Júlio Santa Bárbara

Padre da Arquidiocese de Feira de Santana

Pastor da Paróquia São José Operário

juliopjfsa@yahoo.com.br


28 de março de 2011.

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