domingo, 13 de fevereiro de 2011

PIER GIORGIO





Beato Pier Giorgio Frassati
Pier Giorgio Frassati nasceu em Turim, a 6 de abril de 1901 (Sábado Santo), de uma família rica: a mãe Adelaide Ametis uma pintora; o pai, Alfredo Frassati, em 1895 com pouco mais de trinta e seis anos fundara o jornal “La Stampa”; em 1913 é o mais jovem senador do Reino e em 1922 é embaixador da Itália em Berlim.
Pier Giorgio absorveu a vida cristã mergulhando espontaneamente, por escolha pessoal na água viva que a Igreja daquele tempo lhe oferecia: daquela Igreja na qual não faltavam limites e problemas, ele sentiu-se “parte”, membro activo.
As associações nas quais Pier Giorgio se inscrevera, muitas vezes contra a vontade dos familiares e participando em todas as actividades, assumindo responsabilidades.
“Você è um ‘beato?’, perguntou-lhe alguém na universidade. Não respondeu Pier Giorgio com bondade mas com firmeza: “Não sou ‘cristão’! Em 1919, sendo ainda menor Pier Giorgio inscreveu-se na “Conferência de S. Vicente”.
Os seus estudos vinham iluminados de fé e caridade, devido à sua condição social tinha possibilidades, por isso escolheu engenharia mineraria, porque quando na Alemanha reparou nas graves condições de trabalho dos mineiros: “quero ajudar o povo nas minas e posso fazer melhor mesmo não sendo sacerdote pois os sacerdotes não estão muito de perto dos problemas do povo.” Assim explicava o porquê da sua escolha a Luise Rahner, mãe do celebre teólogo Karl Rahner, onde ele foi hóspede por algum tempo. Dizia que queria ser “mineiro entre os mineiros.”
A irmã Luciana revelou  que a situação era mais humilhante de quanto se pode imaginar: Em casa Pier Giorgio era tido como um tolo e sempre com pouco dinheiro porque para ajudar os outros devia dar não o supérfluo mas o necessário.
Procurava convencer os outros a fazer o mesmo. Diz um amigo: Um dia procurava convencer-me entrar na conferência de S. Vicente de Paulo, a minha dificuldade era entrar nas casas dos pobres pois poderia vir a ter algumas doenças, ele com muita simplicidade respondeu-me que visitar os pobres era visitar Jesus.
Entre os seu sofrimentos, devemos lembrar o seu amor profundo por Laura Hidalgo de condição humilde, amor ao qual ele se sentiu moralmente a renunciar devido aos preconceitos da família. E ao ver o divórcio dos seus pais tão real percebeu que: ”não posso destruir uma família para formar uma outra. Sarei eu a me sacrificar”
O dia 30 de junho de 1925 Pier Giorgio começou sentir enxaqueca e inapetência. Ninguém lhe deu a devida atenção porque a sua avó estava a viver os seus últimos dias (com cerca de noventa anos), e aquele rapagão alto e vigoroso, a quem pouco se reparava pois era bom demais, com as suas “febrezinhas” não deveria ser nada de outro mundo. Mas é que Pier Giorgio começava a morrer, sentindo o seu jovem corpo destruir-se  com a paralisia que estava avançando progressiva e implacavelmente, sem que ninguém  lhe desse atenção.
Assim ele, humilde e manso, enfrentou sozinho o sintoma do terrível morbo da qual gravidade ele não se apercebia, sem poder ao menos falar com alguém.
Quando os pais apavorados afinal compreenderam o que lhe estava a acontecer já era tarde. A vacina que veio rapidamente do Instituto Pasteur de Paris já não tinha efeito devido ao avanço da doença.
O último dia de sua vida Pier Giorgio pediu à irmã Luciana para buscar na escrivaninha uma caixinha de injecções que não tinha conseguido entregar  a um dos seus pobres e quis escrever um bilhete com as instruções e o endereço: Quis escrevê-lo  com as suas próprias mãos já atormentadas pela paralisia e saiu um emaranhado de letras quase incompreensível. É o seu testamento: as últimas energias para a última caridade.
O funeral foi um acorrer de amigos e principalmente de pobres; os primeiros a ficar assombrados vendo-o tão querido e tão conhecido, foram os seus familiares que pela primeira vez compreendiam onde Pier Giorgio viveu verdadeiramente nos seus poucos anos de vida, apesar de ter tido uma casa confortável e rica na qual chegava sempre atrasado.

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